Andar por Gramado é como estar dentro de uma casa de bonecas. O estilo enxaimel trazido da Alemanha em suas construções (madeira, tijolo à vista e telhado caído), o charme da hotelaria, o café colonial rico em pães, cucas e frios, a vegetação entremeada por pinheiros e belas hortênsias – estas somente no verão – e o clima bastante agradável da Serra Gaúcha já são motivos suficientes para reservar uma agenda turística na cidade.
Gramado é uma cidade pequena, com cerca de 33 mil habitantes, no Rio Grande do Sul, que tem 90% de sua atividade econômica concentrada no comércio local. A principal avenida da cidade, a Borges de Medeiros, tem o terceiro metro quadrado mais bem avaliado do mundo, perdendo para a Champs-Élysées, em Paris, e para a 5ª Avenida, em Nova York. A informação é dos guias de turismo e deve-se levar em conta o bairrismo dos gaúchos.
Em dezembro, a cidade ganhou mais um ponto turístico: o Dreamland, o primeiro museu de cera temático da América Latina, que reproduz 33 celebridades mundialmente conhecidas distribuídas em 17 cenários. O Exterminador do Futuro (Arnold Schwarzenegger) é quem nos rececpiona. Elvis Presley e James Dean estão no bar Anos 50. E Elton John nos oferece uma música em seu piano.
Os ambientes são reproduzidos conforme o filme ou o contexto da personalidade esculpida em cera. O Indiana Jones tem sua caverna e Mike Tyson, seu ringue. Ronald Reagan e John Kennedy dividem o salão oval da Casa Branca. Todos com trilha sonora aos moldes de sua biografia.
Mas o museu tem seus pecadinhos. A reprodução da atriz Demi Moore, por exemplo, em nada se parece com ela e sua beleza merecia um retoque a mais na cera. Os bonecos são feitos de cera de abelha, em tamanho real e mantidos a uma temperatura de 24 graus. As peças foram feitas em Los Angeles (museu de Hollywood/ EUA).
A direção do Dreamland informa que mais celebridades chegarão ao museu ainda este ano. Entre elas, virão alguns famosos brasileiros e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já é anunciado como um deles.
Assim como o Dremland, Gramado reproduz outros mundos. Tem o Mini Mundo – réplica em miniatura de castelos, igrejas, construções, ferrovias famosas da Alemanha –, o Mundo a Vapor – outro museu em miniatura mostrando uma olaria e uma fábrica de papel, tudo a vapor. A sua fachada abriga um trem caído reconstruindo a famosa imagem da tragédia que aconteceu em Paris, no ano de 1895, quando um vagão avançou estação afora.
Até as fábricas de chocolate, muito famosas pelo sabor refinado de seus produtos, são um mundo à parte. Algumas delas oferecem um espaço de conto de fadas onde o turista tem acesso às lendas e à verdadeira história do chocolate.
Patrimônio verde
Rica também em ecoturismo, Gramado se esforça por manter seu patrimônio verde. O Lago Negro é um dos pontos turísticos onde a vegetação é o principal atrativo. Pinheiros de várias espécies rodeiam o lago – a araucária é a mais exuberante delas.
O guia informa que cortar araucária é crime inafiançável na cidade e ainda dá multa de R$ 2 mil. Ele mostra várias casas que foram construídas ao redor das araucárias, cujos troncos servem de decoração na sala de estar, na varanda e em ambientes mais íntimos. Tudo pela preservação.
Nos arredores de Gramado fica o Parque Estadual do Caracol. Um teleférico leva o turista cara a cara com a cascata do Caracol, que é o rio que dá nome ao parque. O verde lembra uma grande colcha felpuda e as hortênsias parecem nos espiar no caminho. Para os adeptos de esportes mais radicais, o local oferece a prática de tirolesa, rapel, entre outros.
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